Bom dia, caros amigos e leitores! Jeremias 17:10
Hoje estive a visitar algumas páginas e encontrei algumas "histórias" incríveis sobre colecionadores e suas vidas. Experiências que considero construtivas e de grande valor para aqueles que vivem a colecionar. Se tivesse que destacar alguma, diria que todas são incríveis, mas o Sr Joe Scangorella de 61 anos de idade. Grande colecionador e pelo relato aparenta ser uma pessoa simples, mesmo sendo um dos maiores colecionadores do mundo e proprietário de mais de 30.000 miniaturas. Será que um T-hunt ou dois é motivo suficiente para orgulho? Coleção tem marca? Homens com grandes números de miniaturas valiosas, outras até mesmo em cofres, se misturam com simplicidade entre crianças e adultos afim de encontrarem a miniatura ideal para sua coleção, talvez aquela que não tenha valor algum, a não ser o valor de pertencer a sua coleção. Como presente por tal simplicidade, o poderoso Deus permite a eles a guarda de uma ou mais "raridades" valiosas. (Lucas 16:10)
Um grande abraço e boa leitura.
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Wanderson Gomes Sachiel
Alguns modelos da década de 80, em especial os esportivos, marcaram época e criaram uma legião de fãs no Brasil. Naquele tempo, o sonho do paulista Alex Galhardo, da Empresa Alexminis, e fã incondicional de modelos como o Gol GT e o Escort XR3, era ter um desses carros. Então, as miniaturas foram uma solução para aquele sonho de gente grande. O tempo passou, os carros evoluíram e o sonho continuou. Apaixonado pela indústria automobilística brasileira, acelerou fundo para concretizar aquele sonho. "Hoje estou com trinta anos, sou casado e tenho um filho de cinco, o Leonardo. Foi ele quem me incentivou a realizar esse antigo projeto", diz.
Depois de três anos de trabalho duro, e três carros vendidos para comprar os maquinários, sua fábrica de miniaturas acaba de lançar no mercado as primeiras réplicas da saudosa Brasília. Seguindo o estilo "monte o seu" dos sites das grandes marcas, os interessados nas mini brazucas podem escolher entre 15 cores originais, oito modelos de rodas e três diferentes tipos de interior.
O visionário "mini empreendedor" compara sua exclusividade à de grandes empresas automobilísticas e declara que está trabalhando para ser reconhecido por sua dedicação. "A minha meta é chegar a um nível de excelência em que as miniaturas beirem a perfeição, com partes móveis, portas, capôs e faróis de acrílico. Quero ser lembrado pelos colecionadores como quem produziu suas miniaturas preferidas", completa. As pequenas relíquias são ordenadas por tamanho, e apesar das muitas variações, as mais comuns são as da escala 1/64. Os carrinhos são feitos, em sua grande maioria, de dois materiais; diecast (tipo de liga metálica) ou plastimodelismo (plástico injetado).
Nesse mundo de faz de conta, onde a arte imita a vida, a paixão por carros em miniatura atinge adultos e crianças, e pode transformar-se em uma verdadeira obsessão. Um bom exemplo é o de Joe Scangorella, filho de um mecânico, cresceu rodeado por carros na cidade de East Ruther, em Nova Jersey nos Estados Unidos. "Tenho 61 anos de idade. Sou um dos 12 maiores colecionadores de carros em miniatura do mundo e se você quiser me encontrar deve me procurar no porão da minha casa, em meio às minhas coleções, ou em alguma loja de brinquedos pela cidade", diz.
O ex-combatente do Vietnã afirma ser um verdadeiro "diecast/diehard". Em uma analogia entre o ator Bruce Willis, em "Duro de Matar", e ele, como colecionador. Funcionário de uma loja de auto peças, é também presidente do clube de colecionadores na cidade onde vive e possui mais de 30.000 miniaturas. Uma delas, de ouro 24 quilates, estaria guardada em um cofre de banco junto a outras avaliadas entre 25 e 30.000 dólares. Sem revelar o valor de sua coleção principal, confessa que dificilmente irá completá-la. Faltariam a Joe quatro modelos entre os mais bem avaliados e desejados do mercado. Entre eles, a original, e lendária "Pink Beach Bomb Volkswagen", uma perua Kombi cor de rosa avaliada em 100.000 dólares.
Na década de 60 os carrinhos eram de plástico, metal, madeira e outros materiais. Na época, os que mais chamavam a atenção do paranaense Marco Antônio Geus, engenheiro mecânico de 48 anos, eram os Matchbox. "Aqueles carrinhos eram mais caros que os das outras marcas. Nessas condições, eu só ganhava dois carrinhos por ano. Um no aniversário e outro no Natal". Hoje, dono de uma coleção com quase 5.000 carrinhos, lembra com ironia de dois fatos engraçados. De quando era criança e viu sua miniatura preferida virar uma pasta disforme, ao deixá-la por acidente em cima do fogão. E mais recentemente, em uma loja especializada, quando convenceu uma criança a trocar uma miniatura que ele queria muito, por outras duas. "Existem colecionadores para outras escalas, mas a grande maioria é de 1/64, principalmente pela facilidade de acondicionamento. Onde se expõe um carrinho na escala 1/18, cabem doze na escala 1/64", diz Geus.
Há muitos clubes e fóruns sobre colecionismo no Brasil. Os encontros são comuns para rever os amigos, trocar ideias sobre as novidades e divulgar a paixão pelo hobby. Durante uma semana, conferi de perto dois desses eventos. O 25° encontro do Clube Paulista de Colecionadores de Veículos em Miniatura, organizado por Alexandre Bruno, o Fire_fox, consultor de produtos financeiros de 37 anos e Presidente do Clube. "É um evento mensal, promovido pela CPCVM, que conta ainda com pista de RC (rádio controle) e rampa de downhill com relógio de cronômetro, onde as crianças que ganham as corridas são premiadas com um carrinho em miniatura".Dono de um acervo com 6.200 exemplares, Fire_fox conta que muitos expositores não vendem sequer um carrinho, que famílias inteiras colecionam modelos específicos e afirma existirem fãs 50/50, que compram e vendem para sustentar suas próprias coleções.
Na semana seguinte foi a vez do 3° Encontro do Clube Hot Wheels Brasil em um kart indoor da capital paulista. O organizador do evento, Marcelo Santos, o DT, diretor de arte em uma agência de publicidade, além de colecionador faz também projetos de customização. Sua esposa Mônica, disse-me ser bacana ver aonde chegaram. "Isso tudo aqui começou com reuniões nas garagens dos colecionadores há muitos anos", declara. Nos encontros, também eram exibidos os Dioramas, ou Cases, carrinhos temáticos de filmes famosos envoltos em caixas de acrílico.
Nos eventos, cada colecionador tem ao menos um fato interessante para contar e a maioria é conhecida por seus apelidos. Yuri, alias mega thrust, de apenas 14 anos, coleciona com o pai, Iranur, e a mãe, Márcia. Entre os seus 800 carrinhos estão uma coleção completa dos Postos Shell e mais 30 modelos da série especial Deora, da Hot Wheels. "O máximo que já paguei por uma miniatura foi U$150", afirma. Guardada como tesouro junto às miniaturas está uma foto que tirou com Chip Foose, famoso designer de automóveis do programa de televisão "Overhaulin'".
O interesse das mulheres pela modalidade ainda é pequeno, mas vem crescendo. As que fazem parte desse universo, lutam por um hobby mais democrático e familiar. A administradora de empresas Kelly Godoy, de 37 anos, do interior de São Paulo, começou a colecionar em 2006 comprando miniaturas para o filho. Dona de uma coleção com mais de 3.000 exemplares, especializou-se em hots e muscles cars. Ela conta ser engraçado preferir miniaturas a sapatos, e que constantemente se vê disputando carrinhos com as crianças nas lojas da cidade. "O mundo dos carros me fascina, em especial os carros antigos. Ainda terei um Karmann Ghia".
Da mesma forma que na vida real, os mini automóveis podem ser ainda reformados e customizados. Apesar de parecer brincadeira, o trabalho exige experiência e muito talento. O curitibano Sandro Stremel, da Empresa Xtremel Design, com mais de 20 anos no ramo de funilaria e pintura, iniciou customizando miniaturas para si mesmo. Há três anos deixou a funilaria convencional, para se dedicar 100% às miniaturas. Hoje vive dessa profissão e atende colecionadores de vários estados do Brasil, Alemanha, Estados Unidos, Itália e Nova Zelândia. "Não gostava das pinturas das miniaturas, nem das características dos carros originais que elas traziam. Apliquei as técnicas de pintura automotiva e o resultado foi satisfatório", declara.
Sandro já customizou aproximadamente 2800 carrinhos, e afirma que a riqueza nos detalhes é fundamental. Segundo ele, o carrinho mais importante que já fez, foi a réplica de um General Lee, na escala 1/64, a qual lhe rendeu fama em sua cidade. Seu maior desafio foi o de replicar, em miniatura 1/18, um Dodge Challenger R/T 1970 de um grande colecionador. "Utilizei a mesma tinta da restauração original e pintei as faixas que decoram as laterais, ao invés de usar adesivos".
O mecânico de motos Eduardo Gastaldini, ou apenas Muttley, paulista de 45 anos, está nesse ramo há um ano e já efetuou mais de 1.000 trabalhos. Replicou desde um Mustang 1970, até carros do designer Chip Foose. "Eu tiro a tinta original, aplico fundo primer, pinto os carrinhos e confecciono os adesivos", conta Muttley. Ele mostra, sorridente, como transforma pazinhas plásticas de mexer café em sirenes dos carros de polícia.
Em uma produção mais tecnológica, com faróis feitos de leds que acendem de verdade, algumas miniaturas viram pen drives nas mãos do mecânico projetista Luiz Kazuo, casado e também com 45 anos. "Os leds brancos de alto brilho parecem faróis de xenônio", afirma. Fica claro que os protagonistas desse mundo em miniatura encaram com seriedade e comprometimento suas coleções. Parece que quando se trata de carrinhos, o amor pelo hobby é inversamente proporcional ao tamanho do objeto colecionado.
Fonte: http://revistaautoesporte.globo.com/Revista/Autoesporte/0,,ERT65562-10142,00.html
07/05/2009-Créditos: Auto Esporte/ Fotos:Auto Esporte
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